Não chegámos à final, mas fomos considerados a selecção mais empolgante do Alemanha 2006. Na verdade, a UEFA e a FIFA, mesmo quando Portugal não consegue qualificar-se para os europeus e os mundiais, devia conceder-nos um wildcard para dar mais emoção aos torneios. Temos uma invulgar propensão para o suspense e o melodrama, numa fusão que nos torna uma pátria surreal, espécie de bólide que acelera dos zero aos 200 em escassos segundos para poder estampar-se sem razão aparente quando a meta indica o sucesso. O que não permite a ninguém descolar os olhos dos nossos jogos.
Após os oitavos, em que jogámos a maior parte do tempo em inferioridade numérica frente à Holanda, num jogo repleto de casos e unhas roídas e em que foram mais os cartões mostrados pelo árbitro do que as faltas apitadas pelo mesmo, cheguei mesmo a perguntar «O que vamos inventar nos quartos, a fim de suplantar a montanha-russa emocional?». A resposta chegou no crepúsculo de um jogo mastigado, já depois do prolongamento. Quando Ricardo defendeu 3 penalties seguidos (recorde dos mundiais), após Petit e Hugo Viana terem deixado os portugueses à beira da desilusão.
Depois dos jogos épicos contra Inglaterra nos europeus de 2000 e 2004, das tropelias de 86 e 2002 e do renovar do espírito de Aljubarrota frente aos espanhóis, no último jogo da fase de grupos do Euro que colocou uma bandeira verde e rubra em cada janela...
... JÁ MERECÍAMOS ESTA DISTINÇÃO HÁ MUITO TEMPO!!
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